MOTIVOS DE AGRADECIMENTOS - A CARTA AOS COLOSSENSES - Estudo 1

Leitura Bíblica: Colossenses 1:1-8

INTRODUÇÃO:


Na igreja dos colossenses, houve a ameaça de uma heresia que negava a suficiência de Cristo para salvar pecadores, ensinando a necessidade de suplementar a obra salvadora de Jesus Cristo com “rigor ascético”, tal como “não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aqueloutro”. Paulo combate este problema no Capítulo 2:6-23. Portanto, o tema geral da Carta aos Colossenses é Cristo, o Mais – proeminente e o Todo – suficiente Salvador. “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as cousas, quer sobre a terra, quer nos céus” Cl. 1:18-20. No prefácio da Carta, podemos observar cinco pontos de interesse, Vs. 1-2.
a) O remetente da Carta. “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus”. Como apóstolo, Paulo foi embaixador, o representante oficial de Jesus Cristo. Este cargo não foi alcançado por usurpação e nem por intermédio de homens: mas, sim, “por vontade de Deus”. A sua missão teve a sua maior expressão entre os gentios, obedecendo esta ordem: “Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” At. 22:21. Ele era “ministro de Jesus Cristo entre os gentios” Rm. 15:16.

b) O lugar de Timóteo. Ele não foi o co - autor da Carta e nem estava na prisão com o apóstolo. Contudo, estava em contato constante com Paulo, e, sabendo da sua intenção de comunicar com os Colossenses, Timóteo, apoiando o conteúdo da Carta, mandou também as suas saudações à Igreja.

c) Os destinatários da Carta. “Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos”. Notemos a dupla designação destes irmãos. São santos, são pessoas com uma vida santa e irrepreensível diante de Deus; são fiéis, pessoas que se converteram, e agora, têm um único anseio: aquele de serem achados fiéis a um só, Jesus Cristo, e com uma vida inteiramente consagrada a Ele. Que testemunho notável para as nossas Igrejas modernas!

d) A benção que o apóstolo impetrou sobre nossos irmãos. “Graça e paz”. Graça, os favores imerecidos de Deus, tais como fé, amor, esperança e salvação de suas vidas, juntamente com as forças necessárias para viver para a glória de Deus, Ef. 2:8-9. E a paz, esta paz que excede todo o entendimento e que tem o poder para guardar o coração (as emoções) e a mente (os pensamentos) em toda segurança, inclusive no meio de tribulações, Fl. 4:7.

e) O Autor desta paz. Ela vem “da parte de Deus, nosso Pai”. O Pai é o Autor de “toda sorte de benção espiritual”, porém, estas vêm somente “em Cristo” Ef. 1:3. Em Cristo significa: pertencer e permanecer nele. “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar se não permanecerdes em mim” Jo. 15:3. Assim, o apóstolo podia confessar: “E o meu Deus (o Pai), segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades” Fl. 4:19.

1- Agradecimento pelo Evangelho – “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Rm. 1:16. Neste contexto, o resumo do evangelho está nestas três palavras específicas: fé, amor, e esperança, Vs. 3-5a. Assim que o apóstolo ouviu da existência da Igreja em Colossos, ele começou a orar por ela. O conhecimento da formação de novos campos de trabalho evangélico deve nos levar a orar por eles. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem a sua junta de Missões Nacionais e este trabalho merece as nossas orações diárias. Os seus missionários enfrentam todo tipo de dificuldade na expectativa de verem a implantação dos três pilares do evangelho (fé, amor e esperança) em seus respectivos campos.

a) Fé, “fé em Jesus Cristo”, fé na suficiência da sua obra redentora. Sem fé é impossível agradar a Deus e alcançar a salvação e a vida eterna. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito”. Ele deu o mais valioso de seus bens a fim de providenciar o perdão e a vida eterna para pecadores. Estes não precisam fazer mais nada, senão crer, pois Cristo pagou o salário do pecado quando deu sua própria vida em resgate por muitos. A única participação que Deus requer do pecador é fé na suficiência da Pessoa e Obra substitutiva de Jesus Cristo. Assim, “todo o que nele crê não pareça, mas tenha a vida eterna” Jo. 3:16. Esta foi a fé que caracterizou a Igreja em Colossos, “a firmeza da vossa fé em Cristo” Cl. 2:5.
b) Amor, um amor especialmente direcionado “para com todos os santos”, para com todos os irmãos em Cristo Jesus. “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. Mas devemos prestar atenção na frase que se segue: “Aquele que não ama permanece na morte” – ainda está sujeito ao salário do pecado, isto é, banimento eterno da presença de Deus, 1 Jo. 3:14; 2 Ts. 1:9-10.
c) Esperança, a “esperança que está preservada nos céus”. Veja como o Ap. Pedro reagiu diante desta verdade: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” 1 Pe. 1:3-5. Com esta esperança, ele acrescenta: “Mas crendo (em Jesus Cristo), exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação da vossa alma” 1 Pe. 1:8-9. Quando Cristo estava se despedindo de seus discípulos, Ele disse: “Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” Jo. 14:2-3. Que esperança gloriosa! Sim, o evangelho que operou eficazmente em colossos é uma mensagem de fé, amor e esperança, a mensagem que deve ser proclamada no mundo inteiro.

2- Agradecimento pela Evolução – o desenvolvimento do evangelho em Colossos, “como também em todo o mundo” Vs. 5b-6. O apóstolo descreve esta mensagem como a “palavra da verdade”. O evangelho é uma mensagem verdadeira, embasada em fatos verificáveis. A história da redenção, desde o Livro de Gênesis até a vinda de Cristo no Novo Testamento é documentada com muita precisão. A realização desta redenção, mediante o sacrifício e ressurreição de Jesus Cristo são fatos que foram registrados com a mesma inerência, sempre visando a nossa segurança espiritual. Esta é a verdade que liberta o pecador da ira de Deus e o conduz a Jesus Cristo, mediante a fé na Obra e Pessoa do Filho de Deus. ”E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo. 8: 32.
Esta mensagem foi anunciada em Colossos e logo começou a produzir fruto. Isto é, as pessoas que creram, receberam a redenção e o perdão de seus pecados, Cl. 1: 14. O ato de crer depende de duas necessidades: “ouvir e entender a graça de Deus na verdade”. O evangelho não é uma filosofia ou um mero exemplo de virtude moral. Ela é uma mensagem que revela “a graça de Deus”. Esta graça é o amor de Deus em ação; o seu favor para aqueles que não merecem nenhuma consideração; a sua vontade para derramar sobre o pecador, gratuitamente, as plenitudes da salvação eterna.
Quando o apóstolo diz que o evangelho “está produzindo fruto e crescendo”, está pensando na evolução da verdade em todas as partes daquela região. Em Éfeso, Paulo “separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano”. Ele fez isso durante dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente, At. 19: 10, 20. Em Tessalônica, a mesma evolução aconteceu: “Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda a parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar cousa alguma; pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes a Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que vos livra da ira vindoura” 1Ts. 1: 8-10. E nós cremos que, o que aconteceu em Colossos, bem como em todo o mundo, pode acontecer no local onde estamos trabalhando.

3 - Agradecimento pelo Evangelista – “Epafras, nosso amado conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo” Vs. 7-8. Epafras foi um gentio que se converteu a Cristo e se tornou um dos conservos ao lado do Ap. Paulo. Ele nos dá as características deste “ministro de Cristo”, a sua disposição como pastor, e a natureza de seu ministério. Evidentemente, ele cuidava de três Igrejas: Colossos, Laodicéia e Hierópolis, Cl. 4: 13. Ele visitou o Ap. Paulo na prisão a fim de receber uma orientação quanto à heresia que ameaçava estas três Igrejas.
a) Epafras, “nosso amado conservo e fiel ministro de Cristo”. Pela natureza de seu ministério, percebemos que ele era um homem muito especial, que sabia pastorear os crentes em Cristo. É importante observar o valor que o apóstolo dava ao companheirismo de seus colegas no ministério do evangelho. Epafras foi o seu amado conservo. Outro exemplo desta amizade é Tito, que lhe trouxe alívio quando ficou atribulado: “lutas por fora, temores por dentro”. Na hora da sua necessidade, “Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito.” 2 Co. 7: 5-7.
b) Epafras, fiel instrutor. Ele uniu a instrução com a oração. Estes dois elementos devem sempre andar juntos para que a Igreja seja doutrinária e espiritualmente saudável. Epafras, “o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus” Cl. 4: 12.
c) Epafras, “fiel ministro de Cristo”. Ele não era, propriamente, um servo da Igreja, pelo contrário, era “ministro de Cristo”, para cuidar dos interesses daquele que o amou e a si mesmo se entregou por ele. O grande princípio que norteava a vida deste servo de Deus: “Servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens” Ef. 6: 7. “A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” Cl. 3: 24.
d) Epafras, fiel relator: “o qual nos relatou do vosso amor no Espírito”. O amor que emana do Espírito Santo é que nos direciona. Amamos a Deus, bem como ao nosso próximo, porque é o Espírito que coloca esse amor em nossa vida e nos capacita para este fim. Às vezes, recebemos esta pergunta: Como vai a sua Igreja? Que tipo de resposta daríamos? A resposta que Epafras deu, apesar da ameaça de heresias, foi positiva: A minha Igreja é caracterizada pelo amor, amor de Deus e amor mútuo entre os membros. Que nossa Igreja tenha esta característica.

Conclusão: O apóstolo, depois de prefaciar a Carta, falou sobre o evangelho, que pode ser resumido em três palavras: fé, amor e esperança. Em seguida, falou sobre a evolução do evangelho e como ele produziu fruto, não apenas em Colossos, mas, também, “em todo o mundo”. E, por último, falou sobre Epafras, o evangelista, um gentio que se converteu a Cristo e logo se tornou um homem caracterizado por seu zelo na pregação do evangelho; o qual se esforçou sobremaneira, continuamente, orando pelos crentes, para que se conservassem perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade Deus. Que cada um de nós tenha a mesma disposição, pois nós também somos servos do mesmo Senhor, Jesus Cristo, Amém.

Fonte: Vasos de Honra

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