Aprendemos desde cedo que ‘em tudo temos que dar graças’, mas quando nos encontramos com a morte a indignação, uma indignação certa, que nos dá a certeza que vem do coração de Deus, nos assola. E temos convicção de uma única coisa: o ser humano nasce para ser eterno.
Desde que o homem (genericamente falando – homem e mulher) foi expulso do Jardim que havia no Éden, que lhe dava o privilégio de viver com Deus e viver sempre, a humanidade busca desenfreadamente não morrer ou, ainda melhor, viver eternamente. É essa a promessa que o Messias nos trouxe – de vida eterna – de não perecer (Jo 3.16).
O fato é que, do primeiro casal para cá, não somente perdemos a prerrogativa da imortalidade como também alguns séculos de vida, pois dizem que Adão teria morrido aos 930 anos. Desde então, a pessoa que, comprovadamente, viveu mais tempo, ao menos nessa era, foi a francesa Jeanne-Louise Calment, morta em 1997, aos 122 anos –sinalizando que esse seria aproximadamente o limite de sobrevivência do corpo humano. Vemos essa incessante busca por eternidade, nas narrativas bíblicas, com promessa de Deus de fazer de Abraão uma grande nação e que sua semente jamais teria fim, e seria muito além do que as estrelas dos céus e a areia que cobre o mar.
Para estimular as pesquisas sobre a longevidade, De Grey criou há alguns anos a Fundação Matusalém, cuja principal atividade é promover um concurso para premiar a equipe de cientistas que conseguir prolongar por mais tempo a vida de uma espécie de camundongo comumente utilizada em experiências em laboratório. O recordista atual é um exemplar que viveu 1.819 dias, o dobro da média desse animal. A intenção de De Grey é que os resultados obtidos com camundongos chamem a atuação de empresas dispostas a investir na pesquisa sobre a longevidade humana.
Se tudo ocorrer conforme prevê o cientista inglês, em dez anos a ciência conseguirá prolongar significativamente a vida de camundongos. E, aplicando-se o conhecimento adquirido com essas experiências, até 2030 já será possível aumentar a expectativa de vida do homem para algo em torno de 130 anos – quase o dobro da média mundial atual. De Grey vai mais longe em seus prognósticos para lá de otimistas. Em um artigo disse acreditar que a primeira pessoa a viver até 1.000 anos já está entre nós e tem hoje por volta de 60 anos.
Outra grande pesquisa científica fala sobre a transferência de consciência para a memória de um computador, onde a pessoa passa a viver. O filme Transcedence, que estreia no Brasil em maio, conta a história do Dr. Will Caster (Johnny Deep), um famoso pesquisador de inteligência artificial assassinado por terroristas. Ao morrer, começa a fazer parte de sua própria pesquisa e tem sua consciência transferida. Outra forma, porém, de perpetuar a vida e vencer a morte que está sendo pesquisada por cientistas de todo o mundo. A ideia é, sim, possível e já existe uma comunidade científica que é capaz de colocar data para o feito: 2045.
Ele fez tudo apropriado a seu tempo
Mas, e biblicamente, onde podemos nos assegurar? A vida eterna prometida nas Sagradas Escrituras, nada tem a ver com a tecnologia que pretende nos tornar cada vez mais velhos, mais saudáveis e imortais. Deus não nos fez mortais, mas nos criou com o Seu divino desejo de viver para sempre, ao seu lado, na eternidade. E na eternidade, ao lado do Eterno, pouco tem a ver com ser eterno e viver com a eternidade em si. Quando, ao fazer o homem de barro, Deus lhe soprou vida e espírito nas narinas, transferiu, também, características divinas, da Trindade e que sentimos durante nossa breve passagem pela vida. Transfere amor abundante, daqueles que não sabemos de onde tiramos. Transfere-nos também, o senso de justiça e paz, que buscamos incessantemente.
E nos transfere a fagulha, a centelha de eternidade que não nos deixa aceitar, de forma pacífica, a morte. (Ecl 3.11) Desde a torre de Babel, quando o homem intentou chegar a Deus e ser único com o Eterno, até os dias de hoje, quando pesquisas sobre clonagem, transferência de memória e célula tronco para aumentar a expectativa de vida, o homem tenta se aproximar de Deus, mas não para ter um relacionamento com Ele ou ser Dele, mas para ser Ele e se igualar ao máximo ao Eterno, sem entender, porém, que nossa eternidade está em sermos Dele e aceitarmos que o tempo de Deus é perfeito, o nosso, é limitado.
Mas, então, por que o desejo de ser eterno?
A bênção que o Senhor nos deu de querer e ansiar pela eternidade não é sem propósito. O desejo de eternidade implica em algumas conclusões que nos alegra e pacifica o coração:
1. Não ficaremos separados do Criador:Deus jamais nos deixará separados Dele. Temos uma eternidade que não será tirada de nós, mesmo com a separação física. Nós,
os eleitos, não teremos a morte espiritual e assim não seremos separados da comunhão com o Criador.
2. Lugar eterno de habitação: Deus nos preparará um repouso. Hebreus 4.11 nos relata isso e essa eternidade gera algo de especial.Habitaremos para sempre com o Senhor e cantaremos um cântico ao Cordeiro de Deus na eternidade. Voltaremos ao Éden em nosso coração e estaremos para sempre com o Criador, no paraíso. Em seu livro “O livro mais mal humorado da Bíblia”, Ed René Kivitz cita Marquês de Maricá, quando sabiamente afirma: “A criatura sensível e inteligente, que chegou a adorar, amar e admirar a Deus, não pode ser inteiramente mortal: há nela alguma coisa de divino que sobrevive até mesmo à morte”.
Kronos e Kairós
O que mais nos assombra, enquanto seres dotados de almas e com espírito eterno (soprado por Deus), é o tempo. Cruel e devastador o Kronos (tempo cronológico, dotado
de dias, meses, anos) não para e, se não vivemos o tempo de Deus – o Kairós do Senhor – apenas passamos o tempo. Já o Kairós, é o tempo suplantado pelo Senhor, que faz tudo apropriado a seu tempo. Por isso, ele nos soprou a eternidade e nos dotou do anseio pela eternidade. Mas, mesmo assim, não entendemos inteiramente o que Deus faz, pois confundimos tempos e tempos, e queremos ser eternos aqui, e agora.
Jovens demais...
Enquanto isso, pastores, evangelistas, missionários e verdadeiros homens de Deus, se recusam a envelhecer. Assim como Calebe, ao entrar na Terra Prometida e reivindicar sua parte em Canaã, ao ser arguido por Josué a não guerrear contra o povo que estava na terra, por conta de sua idade, argumentou: “E agora eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos; e ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar”. Js 14:10-11.
Davi Miranda

Aos 78 anos, Davi Miranda tem uma agenda que envolve programas diários na rádio Voz da Libertação, pregações, cruzadas evangelísticas, entrevistas, sem deixar de lado, o cuidado com a própria família e atendimento pastoral. Há exatos 52 anos, o missionário fundou o que seria uma das maiores – ou a maior – denominação pentecostal brasileira, a Igreja Pentecostal Deus é Amor. Com 11 mil igrejas pelo Brasil e mais 136 outras espalhadas pelo mundo, Miranda sequer cogita parar de trabalhar.
Russell Shedd

Billy Graham

Conferencista e criador da Cruzada Evangelística, já pregou pessoalmente para mais pessoas do que qualquer pregador da história do mundo. De acordo com estimativas de sua equipe, a partir de 1993, mais de 25 milhões de pessoas tinha dado um passo à frente em cruzadas para aceitar a Cristo como Salvador pessoal. A partir de 2008, a audiência de seu programa de rádio e TV, superou 2,2 bilhões de espectadores. Devido aos múltiplos problemas de saúde, Graham entregou o ministério para o filho. Mas aos 96 anos, com muita fé, ainda declara: "a coragem é contagiosa. Quando um valente permanece firme, os outros também endurecem". Vitalidade contagiante.
Enéas Tognini

Fonte: Exibir Gospel